Imagens mostram que árbitro prometeu suspender jogo em caso de novos insultos a Vinicius Junior

Burgos Bengoetxea chega a criticar protocolo que orienta solicitar advertência nos alto-falantes ao ouvir insultos racistas. Suspensão d...

Burgos Bengoetxea chega a criticar protocolo que orienta solicitar advertência nos alto-falantes ao ouvir insultos racistas. Suspensão da partida só está prevista em caso de reincidência

Novas imagens do duelo entre Real Madrid e Valencia, no último domingo, vieram à tona nesta terça-feira e detalharam como o árbitro acionou o protocolo previsto por LaLiga em casos de manifestações racistas nas arquibancadas. O programa “El Golazo”, do canal “Gol”, mostrou os vídeos em que o juiz Burgos Bengoetxea chega a criticar o protocolo e promete a Vini, a Éder Militão e ao técnico Carlo Ancelotti que em caso de novos insultos o jogo seria suspenso.

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O árbitro paralisa a partida após as reclamações de Vinicius Junior, que acusou torcedores do Valencia de o chamarem de “macaco” aos 24 minutos do segundo tempo. O juiz vai até a beira do campo e chama o delegado de LaLiga. Então, informa a Luis Fernando Marco que viu objetos sendo lançados e manifestações racistas. E pede que a torcida seja advertida pelos alto-falantes.

– A próxima em que houver “Macaco, macaco”, vamos para dentro. Já sabe. Na próxima que houver “Macaco, macaco”, vamos para dentro – avisa o árbitro.

Árbitro prometeu a Vinicius Junior que suspenderia jogo em caso de novos insultos — Foto: Reprodução

Burgos Bengoetxea diz que o caso denunciado por Vinicius foi alvo da primeira advertência, como indica o procotolo. E que também estava indicando o lançamento de objetos no campo. Então, repete a promessa de suspender a partida em caso de reincidência.

O árbitro ainda aparece conversando com Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid, que se mostra revoltado com os insultos a Vinicius. Ancelotti afirma que “se ouviu a palavra macaco, temos que parar o jogo”. O juiz concorda, mas diz que precisa seguir o protocolo.

– Estou totalmente de acordo. Mas tenho que avisar uma vez. Se voltar a acontecer, vamos para dentro. O protocolo diz que uma vez se avisa, e a segunda vez, vamos para dentro – diz o árbitro.

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Em seguida, Burgos Bengoetxea vai na direção de Vinicius Junior, que observava tudo próxima a Ancelotti, enquanto a torcida do Valencia vaiava. O árbitro, então, explica ao atacante a questão do protocolo.

– Vini, me escute. Por favor. Escute-me. Escute-me, escute-me, escute-me. Te peço que siga. Se houver outra, vamos para dentro. Confia em mim? Beleza – diz o juiz, cumprimentando o brasileiro.

Depois, é a vez de Éder Militão questionar o juiz. O árbitro também comenta sobre o protocolo com o zagueiro brasileiro.

– Me escute. Nós avisamos do protocolo de racismo, não posso fazer mais. A próxima, vamos para dentro. É que é assim, Éder. É assim o protocolo. É uma vergonha, é uma vergonha. Sei que é. Mas não posso mudar. Beleza? – completa o árbitro.

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Após permanecer parado por alguns minutos, depois da denúncia de Vinicius, o jogo foi retomado pelo árbitro Ricardo de Burgos. Na reta final do confronto, o atacante brasileiro acabou expulso depois de uma discussão com o goleiro Mamardashvili – que virou uma confusão generalizada, na qual Vini chegou a levar um mata-leão de Hugo Duro, e reagiu com o braço direito, que atingiu o atleta do Valencia.

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Vinicius deixou o campo aplaudindo a decisão da arbitragem ironicamente, e, ao fim da partida, usou as redes sociais para se manifestar, indicando que a expulsão foi “um prêmio por sofrer racismo”. E, mais uma vez, criticou a direção de LaLiga, afirmando que a entidade “acha normal os casos”, usando o slogan da competição “Não é futebol, é LaLiga”. Vini afirmou que “vai até o fim contra os racistas”, deixando em aberto a chance de deixar o futebol espanhol.

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Antes disso, o técnico Carlo Ancelotti, na entrevista logo depois do jogo, fez questão de se manifestar e condenar os insultos racistas contra Vinicius, destacando que “não queria falar de futebol” após os episódios no Mestalla. E chegou a dizer que “algo está muito errado nesta liga”.

Horas depois do incidente, o presidente de LaLiga, Javier Tebas, que já havia discutido com o brasileiro através das redes sociais recentemente, voltou a se posicionar com críticas contra o jogador. O dirigente afirmou que Vini “precisa se informar”, acusando o atleta de não se apresentar quando solicitado.

Vinicius retrucou e afirmou que Tebas, em vez de criticar os racistas, foi às redes sociais para atacá-lo. E que não era amigo do dirigente para conversar sobre racismo, mas sim desejaria ver “ações e punições”. No dia seguinte, o presidente de LaLiga voltou às redes sociais para rebater Vini Jr, dizendo que “nem a Espanha nem LaLiga são racistas”, e que não permitiria que “a imagem da competição fosse manchada”.

Vinicius Junior reclama de racismo por parte da torcida do Valencia — Foto: Getty Images

O Valencia também veio a público para dizer que banirá os autores dos insultos racistas contra Vinicius. O Ministério do Esporte da Espanha, através da Comissão Permanente contra Violência, Racismo, Xenofobia e Intolerância – responsável por punir os atos racistas no esporte – iniciou a análise dos vídeos do incidente no Mestalla.

Vinicius Junior voltou a se manifestar no dia seguinte ao episódio em Valencia, divulgando um vídeo nas redes sociais no qual relembrou os casos em que foi vítima de racismo por parte de torcidas de clubes da Espanha. E voltou a pedir punições para os culpados, afirmando que “comunicados não funcionam mais”.

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